Pedro acabara de encher os cantis de água e chamou os outros onze.

– Estamos prontos, vamos. – E foram até Jesus.

– Senhor, já podemos seguir, estamos prontos.

Mas Jesus só o olhou e sorriu.

– Ainda não, Pedro. Vamos esperar um pouco mais.

Pedro olhou para o Cristo e tentou argumentar.

– Mestre, uma multidão nos segue, não podemos ficar parados aqui.

– Podemos sim, meu amigo, e vamos ficar. – E novamente sorriu para Pedro.

– Tia, não chores.

O sobrinho mais velho de uma viúva tentava lhe dar consolo. Mas era inútil. Ela chorava muito.

– Meu filho! Meu único filho! Meu Deus, por quê? Meu filho! Meu filho!

O cortejo se preparava para sair, iam levar o corpo para o sepultamento. Uma multidão acompanhava.

– Vamos por aqui. – Indicou a mulher.

– Tia, esse é o caminho mais longo, difícil, não é o caminho certo.

– Não, vamos por aqui. Meu filho amava esse caminho. E seguiu pelo caminho guiando o cortejo. 

 Pedro ficou um tempo em pé, impaciente. Andou pra lá e pra cá, até que finalmente sentou. E quando ainda estava se ajeitando, Tiago foi até ele.

– Vamos Pedro, Jesus já está indo.

Pedro olhou para o chão, soltando o resto de ar que tinha nos pulmões.

– Me ajuda aqui, Tiago. – Mas Tiago já estava longe. Levantou-se, bateu a poeira e acelerou seus passos.

Jesus ia na frente, conversando com seus amigos, mostrando o caminho. Pedro chegou junto aos doze. Estavam cansados. O caminho era pedregoso, com subidas íngremes, descidas perigosas e era longo. Pedro Exclamou:

– Senhor, esse caminho é cansativo, já tomei dois escorregões, tropiquei uma vez e vi gente caindo. Agora mesmo, se André não tivesse se agarrado em mim teria se esfolado todo. Falou e olhou para Jesus que com um olhar de compreensão disse: – Mas é o caminho certo, Pedro.

  O cortejo seguia. A viúva chorava muito. Todos andavam lentamente, com cuidado. A mulher chegou junto da esquife, tocou-a e chorou e chorou e chorou. Os homens que carregavam o corpo pararam, todos então pararam também. A mulher chorava e os que estavam perto também choravam e tentavam consolá-la, mas nada a consolava.

– Meu filho, meu único tesouro! O que vai ser de mim? Meu Deus! Meu filho…!

 Jesus falou a seus amigos que ia parar um pouco. Todos então pararam. Pedro sentou-se logo de imediato, não queria ser pego de surpresa novamente. Jesus ficou descansando e olhando o céu, vieram lhe trazer água. Ele agradeceu, olhou para o caminho a frente e lágrimas escorreram de seus olhos. Felipe veio até Pedro e disse:

– Vá até o Mestre e diga que temos que seguir. Já estamos aqui faz tempo.

– Eu não, vá você! Ele sempre sabe o tempo certo de tudo, a hora que Ele for eu vou.

João fez um sinal. Jesus já estava caminhando.

Pedro olhou para Felipe e estendeu a mão. Felipe sorriu e tirou o amigo do chão. E Pedro disse a Felipe:

– É, andar com Jesus não é fácil. – E Felipe passando o braço sobre seus ombros, respondeu:

– Fácil não é, mas é muito compensador. E imagina se não O tivéssemos. – E Pedro disse:

– Vamos, Naim está próxima. E sem Ele estaríamos perdidos no deserto.

O cortejo chegou à porta da cidade, uma multidão o seguia. E vindo em direção à viúva uma quantidade enorme de pessoas. A mulher, ainda chorando, viu um homem sair do meio daquela multidão e caminhar até ela. Ele a viu chorando, tocou em seu rosto, enxugou as suas lágrimas e docemente disse:

– Não Chores!

Ela o olhou e disse: – Meu Deus, o meu filho…

Jesus parou o esquife e com autoridade falou:

– Jovem, a ti te digo: Levanta-te.

O jovem assentou-se e começou a falar. Jesus o pegou pela mão e o levou até sua mãe. Que, estupefata, chorava, abraçava e beijava seu filho. As multidões glorificaram a Deus. Pedro olhou para o céu e depois para Jesus, que chorava olhando para a mulher. Jesus enxugou as próprias lágrimas e olhou para Pedro. Do rosto de Pedro escorreram algumas lágrimas. Jesus as viu e as enxugou. E Pedro disse: Meu Senhor e meu Mestre, meu Caminho, minha verdade e minha Vida.

  Eram os primeiros dias do pior outono de Newton. Ele era um belo jovem, bem sucedido, alto e inteligente. Recebera o mesmo nome do pai. Newton nunca gostou muito do seu nome, porém não falava muito disto para não entristecer o seu pai. Ele cresceu numa família cristã. Por volta de seus 18 anos, Newton começou a namorar Beatriz, uma jovem da igreja. Ela era morena clara, de cabelos pretos compridos, alta, magra, meiga e amada por todos. Eles namoraram por três anos, casaram-se e eram muito felizes. Sim, a felicidade era plena na vida deles.

  Perto de completar dois anos de casados, Beatriz descobre que estava grávida e alegria de seus corações aumentou mais ainda e no terceiro mês de gestação, descobriram que seria um menino e tudo corria muito bem. Quando Beatriz completou oito meses, eles foram passear em Teresópolis, eles gostavam muito da cidade e pensavam morar lá um dia. Pararam no Alto Soberbo para apreciarem a paisagem e beberem um pouco de água, pois Beatriz sentiu-se mal na subida. Ela sentou-se no canteiro, mas a dor não passava. De repente, Beatriz sente uma aguda pontada no peito, era um infarto. Newton segurou seus braços, mas não havia muito que fazer, ela olhou para ele e disse que o amava. Todos que estavam a sua volta ficaram perplexos. Um médico, que estava passeando no local, veio e percebendo a gravidade da situação, aconselhou que ele corresse para o hospital.

Newton a colocou no carro e correu para o hospital mais próximo. Gritando e dizendo:

– Bia, fala comigo! Bia, fala comigo! Deus guarda minha Bia.

Porém, eles nada responderam.

  Uma patrulha, que fica no Alto Soberbo, abriu o caminho e logo eles chegaram ao hospital, os médicos constataram que ela já estava morta e correram para tentar salvar o bebê. Neste momento, Newton ligou para seu pai, que chegou ao hospital em menos de uma hora. Depois de horas de esforço, os médicos deram a notícia que não conseguiram salvar o bebê. O mundo de Newton desabou. Ele encostou-se a um canto da sala de espera e chorou copiosamente. A tristeza tomou conta de todos. Newton e seus pais passaram a noite toda no hospital. No dia seguinte, bem cedo, os corpos foram transportados e o enterro ocorreu ainda na parte da manhã. Um grande grupo de pessoas participou do funeral: parentes, amigos, vizinhos e irmãos da igreja. Beatriz era muito amada e todos praticamente diziam a mesma coisa:

– Como eles eram tão felizes.

O pai de Newton conduziu o culto fúnebre. O sermão foi baseado na história do ladrão da cruz, que recebeu a palavra de Jesus que em breve estariam juntos no paraíso. Newton mantinha-se com a cabeça baixa e chorava contidamente. Seu pai, nos momentos que olhava para ele, se esforçava para não chorar. Depois do funeral, Newton recebeu os abraços de muitos que, de um jeito ou de outro, tentavam consolá-lo, porém sua dor era inconsolável. Quando quase todos haviam partido, o pai de Newton se aproximou dele e disse:

– Venha ficar comigo e com sua mãe, deixe que providencie alguém para levar o seu carro.

– Eu vou sim pai, mas antes quero passar num lugar e depois irei.

O pai, mesmo preocupado, consentiu. Newton sempre foi um filho equilibrado.

Newton pegou a estrada rumo a Teresópolis. Ele sofria muito e queria morrer. Caminhões passavam em alta velocidade perto dele e ele desejou que um deles colidisse com seu carro para por fim ao seu sofrimento. Na verdade, Newton estava triste com Deus, sim muito triste, mas mesmo assim o amava. Ele chegou ao ponto onde Beatriz sofrera o infarto e ali parou, segurou no parapeito e olhou para tudo a sua volta. Havia algumas nuvens no céu, mas mesmo assim, sua visão chegava longe.

Ele queria morrer e como o profeta Elias pediu para si a morte. Sua alma gritava silenciosamente para Deus, dizendo: mata-me! Por que deixastes isto acontecer? O que fiz para merecer tamanho castigo? Nada se ouviu. As montanhas a sua volta continuavam mudas como se houvessem combinado aquele silêncio; as nuvens seguiam o seu caminho como soldados em marcha; apenas o vento fresco e suave ousava se aproximar dele, tocando o seu rosto. De repente, um belo pássaro azul pousou no parapeito, próximo à sua mão. Newton passou a observá-lo. O pássaro trazia uma marca, parecia uma ferida como daquelas que os pássaros criam quando querem sair das gaiolas que os prendem. Mesmo ferido, o pássaro não se espantou com Newton e soltou um belo canto. Neste instante ele percebeu que era Deus lhe dando um sinal para prosseguir. Ele chorou, fez uma oração silenciosa pedindo perdão e forças, agradeceu a Deus por ter sido tão feliz com Beatriz e o filho, mesmo que tenha sido por pouco tempo.

  Newton entrou no carro e desceu a montanha mais uma vez, a dor era imensa, agora, Newton estava em paz com Deus. Aquele outono de Newton durou algum tempo, mas uma nova primavera começou em sua vida!

     Havia no Brasil na cidade de São Paulo, uma senhora cristã chamada Sarah. Uma mulher cheia de fé em Deus e que possuía um caráter de uma pessoa persistente. Ela era de estatura média, magra, cabelos e olhos de cor castanho claros. Ela tinha uma bela família, com dois filhos e um belo e exemplar marido em sua vida. Um dia, os dois filhos e o marido dela foram fazer uma viagem turística ao estado do Pará. Sarah não foi porque não gostava de viajar em avião. Então eles ajuntaram as malas, se despediram de Sarah e foram ao aeroporto pegarem o voo que estava marcado às 10:52. Chegaram lá cedo e esperaram um bom tempo para entrarem no avião e partirem. Quando deu a hora marcada, eles já estavam no avião e antes da decolagem, o comissário de bordo disse sobre as normas de segurança antes do voo. Os passageiros estavam tranquilos e confortáveis em seus lugares. O marido de Sarah ligou para ela, a qual o atendeu rapidamente:

-Alô!

-Sarah, sou eu Davi.

-Oi meu amor! Tudo bem por aí?

-Sim, graças a Deus!

-E então, quais são as suas expectativas?

-Bem, eu espero que seja uma ótima viagem e seja marcante.

-Que bom, assim seja.

E a conversa seguiu, até então estava tranquilo ali no avião. Mas foi quando de repente ocorreu algo. Ocorreu uma despressurização, e máscaras de oxigênio caíram automaticamente dos compartimentos localizados acima dos assentos. E o desespero tomou conta dos passageiros.

-Davi, o que está acontecendo ai?

-Sarah... está ocorrendo... uma despressurização aqui.- disse Davi com dificuldade por conta do ocorrido.

-Davi, você está bem?

E Davi não respondeu nada, depois de chamá-lo algumas vezes ela olhou para o seu telefone e viu que a chamada tinha sido encerrada. O desespero mesclado com a preocupação se apoderou dela. E ela ligou para ele novamente e nada dele lhe responder.

-Deus, Deus por favor faça com que ele atenda!- disse ela desesperada andando de um lado para o outro na sala de estar em sua casa.

Depois de várias tentativas sem êxito para falar com seu marido, Sarah jogou o telefone para o sofá que estava à sua frente e colocou as duas mãos na testa, com os olhos arregalados e com lágrimas já começando a sair de seus olhos. Ela lembrou-se de orar sobre aquela situação, se relembrou da passagem da Bíblia Sagrada em Mateus 21:22 onde está escrito que tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis. Ela se ajoelhou, entrelaçou os dedos e com a preocupação em seu coração ela falou com Deus:

-Querido Pai, o Senhor sabe de todas as coisas e para ti nada é impossível. Eu lhe peço, para que o Senhor livre todos os passageiros incluindo a minha família naquele avião. E por favor, não permita que eu perca a minha família, por favor Deus eu lhe imploro pelo teu agir em nome de Jesus, amém.

Após fazer esta oração, ela tentou ligar para ele novamente e infelizmente não conseguiu. E tentou, tentou e nada dele atender. Depois de várias vezes  ligando para Davi e ele não atendendo nenhuma das chamadas, Sarah ficou muito preocupada e chorava. Mas ela depositou sua confiança em Deus crendo no agir da parte Dele. Depois de horas que se passaram, Sarah enquanto arrumava as coisas de sua casa, o seu celular tocou e ela foi olhar o que era, e viu que era o seu esposo que estava telefonando. Ela então atendeu:

-Oi Davi, você está bem?

-Estou sim,  já chegamos aqui no Pará.

-Ufa, Graças a Deus, fiquei preocupada e fiz uma oração- disse Sarah com alívio.

-Muito obrigado, meu amor!

-Porque você não me atendeu quando telefonei para você várias vezes?

-Meu celular tinha descarregado, por isso não atendi nenhuma chamada que você fez.

-Ah sim, e como estão os nossos jovens?

-Estão bem querida.

-Graças a Deus!- disse ela aliviada.

-Sim, creio que as minhas expectativas estavam certas quanto à viagem.

-Que assim seja, querido.

-Amém Sarah, vou ter que desligar para fazer algumas coisas aqui.

-Está bem Davi, até mais.

-Até mais Sarah!

-Tchau querido.

-Tchau amor.

Após encerrar a chamada, essa senhora cristã olhou para cima com lágrimas nos olhos e agradeceu a Deus por ter respondido a sua oração.

  Em 1 Coríntios 13 o apóstolo Paulo aborda sobre o amor, ao qual é o vínculo da perfeição (Cl 3:14). Sabemos que Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. E Ele amou o mundo de tal maneira ao ponto de enviar seu filho Jesus Cristo para que todo aquele que nele crê, não pereça mas tenha a vida eterna. E nessa passagem Paulo mostra a suprema excêlencia da caridade. E o interessante, é que no versículo 3 está escrito: "E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que estregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria." Se analisarmos esse versículo, podemos concluir que as atitudes que Paulo apresenta nesse versículo são ações que podemos dizer que são amorosas. Mas Paulo mostra-nos que ainda que fizéssemos essas ações que são amorosas, mas não tiver a essência delas que é o amor, de nada será aproveitável. É como se fosse uma pessoa que fez uma comida e ao colocá-la em algum recipiente e uma outra pessoa olhar aquela comida que possa aparentar estar deliciosa, porém ao dar a primeira garfada, comer e perceber que aquele alimento não possui o sal, a pessoa logo não gostará daquela comida. Entretanto, se aquela alimentação tiver o sal, será outra realidade. Da mesma forma é com as ações amorosas, podemos fazer coisas que são caridosas, mas se não possuir a essência dessas atitudes que é o amor de nada elas vão nos aproveitar. As obras caridosas que não possuem caridade é como a comida que não tem sal. Aparentemente estamos sendo amorosos, mas falta a essência dessas obras que é o amor.

  Que cada dia possamos ter amor, porque nos últimos dias por se multiplicar a iniquidade o amor de muitos se esfriará. Mas que o amor que temos não venha se esfriar, porque Deus nos ama. Ele é amor (1 João 4:8) e nos ama de uma maneira maravilhosa. Que possamos conhecer cada vez o amor de Deus e reconhecer o quanto ele nos ama. E é interessante também, que no último versículo do capítulo 13 de primeira Coríntios está escrito: "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três, mas a maior destas é a caridade." A fé permanece porque sem ela é impossível agradarmos a a Deus, a esperaça permanece porque temos a esperança do arrebatamento e também Cristo em nós é a esperança da glória (Cl 1:27) e a caridade permanece porque ela nunca falha (1 Co 13:8). Que cada vez mais possamos conhecer aquele que é o amor.

Em uma leitura cuidadosa do Novo Testamento, é óbvio que o sofrimento é uma grande parte da experiência cristã. Embora alguns preferissem tentar eliminar o sofrimento do evangelho, ele claramente faz parte de cada livro do Novo Testamento. Já que Cristo sofreu e morreu por nós, por que é necessário que soframos?

Mais uma vez, isto tem a ver com entrar na experiência de Cristo. A Bíblia diz: “...aquele que sofreu na carne, deixou o pecado” (1 Pe 4:1). Pedro nos ensina que somos participantes do sofrimento de Cristo (1 Pe 4:13). Paulo afirma que somos “participantes dos sofrimentos” (2 Co 1:7) e que ele estava entrando na “comunhão de seus sofrimentos” (Fp 3:10).

Estes e outros versículos mostram claramente que os seguidores de nosso Senhor Jesus Cristo experimentarão sofrimentos, não apenas vindos do diabo, mas também pelas mãos de Deus. Por que isto é necessário e como isto funciona? Uma razão importante para que Deus permita o sofrimento é efetuar transformação em nossas vidas. Todos no mundo sofrem, de uma maneira ou de outra. Entretanto, não são transformados à imagem de Cristo. Mas o sofrimento que Deus permite serve para um propósito muito importante, para aqueles que estão entrando na Vida. As dificuldades e dores pelas quais passamos nesta vida trabalham em nós para expor o pecado.

Quando sofremos, nossa reação a isto é freqüentemente pecaminosa. Nós reclamamos, nos tornamos indivíduos lamurientos. Nós nos tornamos irados, amargos, incapazes de amar e odiosos. Nossas dificuldades mais severas trazem de dentro de nós todo tipo de impiedades. Subitamente, nossa própria retidão, nossa própria bondade não existem mais.

Por exemplo, quando alguém causou a você uma extrema dor física ou emocional, por muitos anos, mais cedo ou mais tarde, seu próprio esforço para suportar se esgota. Seu coração se volta contra ela. Você gostaria de vê-la morta. Você se torna um assassino em seu coração! Não, espere! Você não se tornou um assassino, você sempre foi um! Isto apenas estava dentro de você, escondido de você e dos outros. Esta e muitas outras reações similares são expostas dentro de nós pela operação do sofrimento.

Até que tenhamos sofrido, realmente, não sabemos como somos interiormente. Deus, entretanto, sabe o que permanece dentro dos nossos corações. Portanto, ele permite que soframos, para mostrar-nos o que Ele realmente vê. O sofrimento é a escavadeira de Deus. Através dele, Deus escava nossos corações, para revelar as profundezas do mal que lá reside.

Freqüentemente, somos tentados a pensar que não somos realmente tal tipo de pessoa, é apenas o sofrimento por esta determinada situação que nos fez agir ou falar assim. Meu amigo, deixe-me contar-lhe um segredo. Nada pode sair de seu coração se já não estiver lá dentro. É “...a boca fala do que está cheio o coração” (Lc 6:45).

Nós pecamos porque o pecado mora em nossos corações. Pecar é da nossa natureza. Em cada ser humano moram, mais ou menos escondidos, as mais repulsivas reações e desejos. Tudo o que precisam é de uma oportunidade adequada para se expressarem. Assassinato, luxúria, ódio, paixões imundas, falatório, mentira, ganância, orgulho, ciúme e muitas outras coisas detestáveis moram em cada homem natural. Se você não sabe disto a respeito de si mesmo, então, você realmente ainda não sofreu e não teve a oportunidade de realmente se arrepender diante de Deus por aquilo que você é.

O sofrimento nos traz a oportunidade de morrer. Quando o pecado é revelado dentro de nós, então nós temos a magnífica oportunidade de nos arrepender e negar a nós mesmos. Nós podemos negar a nossa própria vida o direito de expressar sua própria reação natural à nossa situação. Podemos, pelo Espírito Santo, morrer para nós mesmos e viver para Deus.

É assim que o sofrimento pode trabalhar para o nosso bem. Quando sofremos e encontramos em nosso interior reações ruins, podemos nos arrepender e clamar a Deus para que Ele substitua aquilo que somos por aquilo que Ele é. Podemos orar fervorosamente para que não nos seja permitido viver expressando tal mesquinhez, mas que Ele viva em nós e por meio de nós.

Crescemos espiritualmente, não simplesmente por sofrer, mas por nos voltarmos para Deus no sofrimento. Através da operação do Espírito Santo, a morte de Cristo pode ser aplicada à nossa velha vida e uma nova Vida eterna pode viver em seu lugar. Jesus já passou pela morte por nós. Quando nós entramos Nele, quer dizer, entramos em Sua presença pelo Espírito durante o sofrimento, então descobriremos a glória de Sua ressurreição.

Há sempre uma grande tentação, quando sofremos, de procurar conseguir libertação, descobrir uma forma de “escapar” da situação que está provocando dor. Então, como Pedro com o Senhor, sempre haverá uma pessoa bem intencionada por perto, para nos encorajar a fazer exatamente aquilo.

Quão fácil seria apenas descer da cruz e aliviar nosso sofrimento e morte da vida natural. Quão fácil é “conseguir aquele divórcio” ou sair de uma situação desconfortável! Entretanto, se tomarmos este caminho, jamais entraremos na plenitude de Cristo e na glória de Sua ressurreição. A escolha é nossa e deve ser feita a cada dia.

Não vamos culpar nossa situação por causa da nossa reação a ela. Quando o Senhor Jesus foi tentado, nada impuro foi encontrado. Antes que os judeus sacrificassem um cordeiro, era necessário que o sacerdote o examinasse para ver se havia nele algum defeito. Assim também, antes que Jesus fosse sacrificado por nós, era necessário que Ele fosse examinado por qualquer imperfeição.

Pôncio Pilatos O examinou. Herodes também teve a oportunidade. Os soldados romanos tiveram todas as chances possíveis de testar e tentar o Filho de Deus. Ele foi escarnecido, espancado, desnudado, torturado e, finalmente, morto. Durante todo este tempo, Ele não disse uma única palavra errada. Não expressou nenhuma atitude má. Nem sequer uma única expressão de Sua face revelou ódio ou vingança. Ele era verdadeiramente santo.

Nada pecaminoso se manifestou Nele, porque nada de mau existia dentro Dele. Ele passou no teste. Pilatos disse: “Não encontro motivo para acusar este homem!” (Lc 23:4-NVI). Tenho certeza de que ele não poderia dizer isto a respeito de nenhum outro homem. Herodes desistiu de tentar e devolveu-O a Pilatos. O líder dos soldados que, sem dúvida, tinha visto muitos outros homens esmagados sob tais torturas, testificou: “Verdadeiramente este era Filho de Deus!” (Mt 27:54). Ali estava um homem perfeito, sem pecado.

Queridos amigos, este é o Cristo que vive em cada crente. Sua Vida está em nós, e Ele deseja demasiadamente ser manifestado por meio de nós em cada situação de nossas vidas. O único obstáculo somos nós. Estamos prontos e desejosos de morrer para nós mesmos para sermos enchidos com Ele? Estamos desejosos de sermos libertos do que somos para recebermos aquilo que Ele é?

Ele não fará nada dentro de nós sem nossa completa permissão. Precisamos estar prontos para morrer, para tomar nossa cruz e segui-Lo. Vamos concordar com a sentença de morte de Deus sobre a raça caída. Vamos permitir, através de Jesus, que Ele execute Seu julgamento sobre ela. Só, então, estaremos na posição de experimentarmos tudo o que Ele é. Somente quando já tivermos experimentado a morte de Cristo trabalhando, inteiramente, dentro de nós, e a ressurreição de Cristo fluindo através de nós, então seremos capazes de dizer como Paulo: “...já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20). Isto precisa não apenas permanecer como nossa doutrina, mas tornar-se nossa experiência também.

Arrependimento, para o crente, não é meramente uma ocorrência única, mas uma experiência diária, cada vez mais profunda. Quanto mais crescemos espiritualmente e mais próximo caminhamos com a Luz do mundo, mais profundamente sentimos nosso estado pecaminoso. Quando eu era um cristão novo, pensava algo assim: “Depois de 20 ou 30 anos caminhando com o Senhor, vou ser realmente santo”. Mas, a minha experiência, depois de mais do que 37 anos, é: “Eu sou verdadeiramente pecador e merecedor da morte”. Desta posição, sei que sou constantemente perdoado e limpo. Glória a Deus, quando “confessamos” os nossos pecados, Ele faz duas coisas: não apenas nos perdoa por aquilo que fizemos, mas nos limpa daquilo que somos. (1 Jo 1:9).

Em 1 João 1:7, vemos ainda que há uma outra exigência a ser cumprida para sermos perdoados. Nesta passagem está claro que o perdão não é apenas uma “coisa de um tempo só”. É uma experiência contínua para cada cristão verdadeiro. João nos ensina que “Se, porém, andamos na luz, como Ele está a luz, ...o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”.

A palavra “se”, aqui, indica que há definitivamente um prérequisito para a nossa limpeza. “Andar na luz” significa que estamos sendo constantemente iluminados pela luz de Deus. Nós estamos vivendo em Sua presença a cada dia. Assim, pela expressão de Sua face, cada pensamento, atitude ou ação nossa é revelado a nós como realmente é. Se, e quando, for pecaminoso, então, poderemos nos arrepender novamente e experimentar o maravilhoso perdão e a purificação, que são gratuitamente dados a nós, em Cristo. Para um crente viver em perdão, precisa andar na presença de Deus, respondendo continuamente a qualquer convicção de pecado quando ela ocorrer.

Um desejo profundamente enraizado no coração de Deus é que o povo Dele corresponda com Ele, sem reservas. Ele anseia exercer o governo absoluto sobre Seu povo. Acima de tudo, Seu desejo é que cada pessoa tenha intimidade com Ele e seja capaz de seguir Sua liderança. Seu pensamento é que não exista obstáculo algum entre Ele e o Seu povo.

A respeito do povo de Israel, a intenção de Deus era que todos fossem sacerdotes (Êx 19:6). Hoje, em Sua Igreja, Seu desejo é o mesmo. Ele deseja que cada pessoa Lhe conheça de uma maneira pessoal e profunda, capacitando-lhes a corresponder com até o menor dos Seus desejos.

A realidade, porém, é que nem todos estão desfrutando dessa experiência. Para combater este problema, Deus escolhe indivíduos para transmitir a autoridade Dele, capacitando outros a entenderem Sua vontade, a se moverem na direção certa.

A princípio, Ele prepara e unge estes vasos escolhidos e, depois, usa-os como condutores da Sua autoridade. Tais homens e mulheres necessitam ser quebrados por Deus de um modo que fiquem com temor de usar sua própria autoridade. Depois, Deus começa a usá-los para transmitir Sua autoridade ao Seu povo. Eles tornam-se porta-vozes nas situações em que os outros são resistentes ou incapazes de ouvir a Deus por si mesmos.

O objetivo de Deus – refletido nos corações dos servos sendo usados – em fazer isso é trazer os outros para uma intimidade com Deus que Ele deseja. Depois de Moisés, Deus continuou a usar esse tipo de autoridade para liderar Seu povo. O próximo líder a quem Deus usou bastante foi Josué. Mais tarde, quando a necessidade surgiu, o Senhor levantou vários juízes para transmitir Sua vontade.

Há vários capítulos, no Velho Testamento, descrevendo como Deus falou por meio desses juízes e também os grandes feitos que Ele os levou a fazer. Entretanto, durante todo este tempo, o desejo Dele era que todo o povo pudesse Lhe conhecer de um modo íntimo e ser capaz de seguir Sua liderança diretamente. Ele levantou líderes, quando necessário, mas o fato de que Ele deseja que todos conheçam Sua autoridade e Seu reino por si mesmos nunca mudou.

John Williams é pastor de uma congregação cristã em uma pequena cidade do Texas chamada Castroville. John é um homem de estatura alta, franzino, com cabelos de cor loira e olhos azuis. Ele é corajoso e sério, coisas estas que traçam a sua personalidade.  A congregação onde John é pastor sempre foi muito frequentada e na mesma, havia muitos membros. Mas depois de um tempo, o número de frequentadores diminuíram e a quantidade de membros também abaixaram.  E quando os membros iam até ele para falar que iriam sair daquela congregação, John perguntava o motivo de tal decisão e a resposta era que iriam congregar em outra igreja dentre outros motivos. E quando John procurava saber mais informações, essas pessoas cortavam a conversa e encerravam o assunto. John Williams ficou preocupado com a situação e decidiu entregar tal circunstância nas mãos de Deus, crendo no agir Dele.  Em um sábado a noite, ele foi para a igreja pois passaria um tempo em seu gabinete pastoral para atender aos poucos membros daquela congregação. Após abrir a congregação, John foi ao seu gabinete e depois de alguns minutos, ele começou a atendê-los. Ele exortou, aconselhou, falou palavras de consolo e... enfim, ajudou no que pôde. Até que ele atendeu ao último membro daquela congregação. Ele atendeu ao Mason, que é o professor de escola bíblica. 

-Olá Mason, a paz do Senhor Jesus!

-Oi pastor, a paz do Senhor Jesus!- disse o professor com um sorriso amigo.

-Tudo bem Mason?

-Graças Deus, só em uma questão que não está bem.

-E qual seria?

-Pastor, não está vindo ninguém nas aulas da escola bíblica.- disse o professor se sentando na cadeira que estava de frente para John.

-Sério?

-Sim! E isso já faz algumas semanas.

O pastor ficou alguns instantes em silêncio.

-Pastor, eu acho que seria melhor encerrar a escola bíblica e não ter mais aulas.

-É, infelizmente teremos que tomar essa decisão,  já que também o número de membros da congregação diminuiu.

-É, mas já era de se esperar.

Expressando em seu rosto estranheza, John olhou para Mason e falou:

-Como assim?

-Bem... é... digamos... que é a apostasia, não é isso?

-Sim Mason, mas a apostasia é muito além disso- após uma pausa John diz.- Ela é o abandono a Deus e o afastamento da fé.

-Exatamente.

-Temos que ter fé professor! Temos que ter fé.

-Sim- disse Mason sorrindo.

Após alguns instantes de silêncio, Mason diz:

-Pastor, já vou ir. Foi muito bom ter conversado com o senhor.

-Igualmente Mason, Tchau!

-Tchau.

O pastor ficou alguns minutos ainda no gabinete e depois se levantou e saiu dali. Enquanto caminhava em direção à porta da congregação, ele estava de cabeça baixa e pensativo. Quando chegou no meio da congregação, ele parou de andar e se virou para trás olhando fixamente para o altar. John se recordou de momentos felizes que havia vivido dez anos atrás. Se lembrou de quando sua esposa antes de ser acometida por um câncer e ter morrido, louvava a Deus com belas canções e muitas pessoas sentiam a presença de Jesus e eram tocadas por Ele enquanto ela louvava. Recordou também de quando muitas pessoas se convertiam a Jesus, aos finais dos cultos.  Até que John se desperta de seus pensamentos se lembrando da realidade atual daquela congregação. Nos cultos não comparecia muitas pessoas, mas os poucos membros que achava-se naquela igreja. John Williams se sentia muito desanimado ao vê que nos cultos comparecia poucas pessoas e também ao perceber o desânimo que preponderava a igreja. Ele não cessava de orar sobre tudo isso, crendo que Deus agiria no momento certo.  No dia seguinte, o pastor chegou à noite na igreja uma hora antes do culto começar. John foi ao gabinete pastoral e passado alguns minutos, alguém bate na porta do gabinete.

-Pode abrir!- disse John.

Era um dos membros que falou:

-Pastor, tem alguém que quer conversar com o senhor.

-Pode chamá-lo, por favor.

-Sim.

Depois de alguns instantes, alguém entra no gabinete. Era um homem que foi membro daquela congregação. Ao John olhar para ele, o reconheceu e disse:

-Kevin, há quanto tempo não te vejo!- disse John estendendo sua mão direita para ele.

-Pastor, que alegria te ver novamente- disse Kevin dando um sorriso e colocando sua mão direita por sobre a mão de John, apertando-a, fazendo assim um gesto de saudação.

-Tudo bem?

-Na verdade não.

-Porque Kevin?

-Porque pastor, bem...- após uma pausa, Kevin continuou. - Após sair dessa congregação, eu fui para uma seita. Apesar de saber o que era feito ali, que são rituais, continuei frequentando. Mas ao ler a bíblia sagrada Jesus falou muito forte comigo através dela. E então contemplei a necessidade de que eu precisava sair daquela seita e voltar para Ele. E eu agora desejo voltar a congregar nessa igreja e também retornar para Jesus.

-Sim Kevin, Jesus está te esperando de braços abertos para te receber de volta! Fico muito feliz com essa sua decisão!

-Amém pastor!

-Mas gostaria de saber, qual passagem bíblica você leu e Jesus falou com você através dela?

-A parábola do filho pródigo em Lucas 15:11-32. Porque ao ler essa parábola reconheci que Jesus estava falando comigo que onde eu estava indo, que era nessa seita, eu estava longe de Dele. Pois lá o mal é adorado. E como o filho pródigo, vi a necessidade de me voltar para Ele.

-Muito forte isso Kevin. Você é bem vindo novamente! É uma alegria tê-lo de volta aqui e de volta para o Pai celestial.

-Amém pastor, obrigado!

-Kevin, qual a seita que você frequentava?

-Ela está localizada na Rua CH-7 e ela é considerada uma comunidade secreta.

-Ela está próxima daqui da igreja.

-Sim, exatamente. E ela foi fundada há pouco tempo, e quem a fundou foi uma mulher que saiu dessa congregação.

-Sério?- disse o pastor, surpreso.

-Sim, o senhor se lembra da Gwen?

Após alguns instantes de silêncio, John responde:

-Sim , me lembro. Mas...espera ai...- apontando o dedo para Kevin,  John diz- ela foi a primeira pessoa a sair dessa congregação.

-Foi mesmo pastor, só que antes dela sair ela pegou os contatos da maioria dos membros dessa congregação, convidando a cada um para fazer parte da seita que ela fundou. Ela persuadiu a cada membro que ela tinha pegado o contato a ir para a seita. Ela falou os benefícios que as pessoas teriam ao se unirem à mesma. E muitos dos membros dessa congregação pastor, uniram-se a essa comunidade.

John ficou alguns momentos olhando para baixo aprofundado em seus pensamentos. Após alguns instantes John disse:

- Então foi isso que levou muitos membros a saírem daqui.

-Exatamente pastor.

-Mas quais os benefícios que ela prometeu ao a pessoa unir-se a essa seita?

-Fama, muita riqueza e muitas outras coisas que o ser-humano pode desejar. Uma seita que deseja obter poderes sobrenaturais para benefícios próprios. Só que essa seita é considerada uma comunidade secreta. E qualquer pessoa que sair dela será morta. 

-Porque?

-Porque não querem que as pessoas saibam o que eles fazem e nem sobre os rituais.

-Então- disse John arregalando os olhos- se você sair dessa seita você estará em perigo de ser morto.

-Sim pastor, por isso vim aqui. Pois quero voltar para Jesus e voltar também a congregar nessa igreja. Mas creio que Jesus irá me ajudar e gostaria de sua ajuda também pastor, me ajude orando por mim. 

 - É claro que o ajudo em oração Kevin e creio que Jesus irá te livrar.

-Sim pastor, eu também creio.

-Então vamos orar- disse John abaixando cabeça, colocando sua mão no ombro de Kevin e começando a orar- Querido Pai celestial, eu peço ao Senhor perdão por tudo e te agradeço por todas as coisas. Venho te pedir também querido Pai, que o Senhor ajude o Kevin nessa situação, livre ele de todo mal e lhe dê forças para estar em sua presença. Em nome de Jesus, amém.

-Amém pastor, obrigado.

-Após algumas semanas, Kevin em sua casa recebeu uma ligação. E ao olhar para o seu celular e ver o nome de quem estava ligando para ele, ficou receoso, mas mesmo assim ele atendeu:

-Alô- disse ele

Oi Kevin!

Kevin reconheceu aquela voz que estava em tom ameaçador, era a Gwen.

-Oi Gwen, tudo bem?- disse ele, meio receoso.

-Não, não está bem. Você não está comparecendo aos rituais já faz algumas semanas.

-Sim- disse Kevin.

-E porque?

-É que... eu... não vou ir mais, voltei a congregar na igreja onde eu estava.

- Aquela que John Williams é pastor?

-Sim.

Após uma gargalhada, Gwen disse:

-Você não sabe o que está perdendo. Se você estiver aqui, você terá grandes coisas que o ser-humano deseja ter.

-Eu sei, mas eu continuarei aqui na igreja.

-Tudo bem, mas saiba de uma coisa- após uma pausa, ela disse- Nós te procuraremos até ao inferno e quando o encontrarmos... o mataremos. Pois toda pessoa que sai da nossa comunidade, é caçada e morta. Prepare-se para isso, Kevin.

Após falar isso, Gwen encerrou a ligação. O medo e a preocupação invadiram o ser de Kevin, se apossando dele. Mas olhando para cima ele disse:

-Deus, o Senhor sabe todas as coisas, me ajude nessa situação.

No dia seguinte, Kevin saiu de sua casa a noite para ir ao culto que teria na igreja. O que ele não percebeu é que havia um carro parado um pouco longe de sua casa, onde havia nele três pessoas da seita da Gwen o observando. Uma das pessoas entraria na casa de Kevin para pegá-lo e o levar ao templo da seita, mas como viu ele sair de sua casa, não fez isso. Enquanto ele andava para ir à congregação, alguém o seguia por trás, Kevin ouviu passos atrás dele, mas não deu muita importância. E cada vez mais os passos ficavam nítidos aos ouvidos dele. Então Kevin vira-se para trás e... não vê ninguém. Então se volta para frente e continua sua caminhada. A pessoa que seguia Kevin, havia se escondido atrás de um muro quando viu que ele havia parado de andar e iria virar em sua sua direção.  Kevin continuou caminhando, e a pessoa que o seguia voltou a andar. Alguém estava se aproximando de Kevin. E quando Kevin olhou para trás novamente...  rapidamente a pessoa que o seguia cobriu a sua cabeça com um plástico. E após isso, ele foi colocado dentro de um carro.

Kevin ouviu alguém dizer:

-Vamos, vamos, vamos!

Kevin ficou desesperado e reagiu, mas alguém que estava sentado ao lado dele, amarrou suas mãos com corda. Depois de alguns minutos o carro estacionou. As portas foram abertas e alguém ajudou Kevin a sair do carro. Kevin perguntou:

-Onde estou?

-Você verá.

Kevin reconheceu aquela voz,  era familiar aos ouvidos. Mas não se lembrava de quem era. Depois de alguns minutos, Kevin é forçado a se sentar em uma cadeira. Depois disso uma pessoa tira o plástico que estava em sua cabeça. Kevin vê o homem ao qual sua voz era para ele familiar... ele vê... Mason.

Com um estranhamento expresso em seu rosto, Kevin diz:

-Mason? É você mesmo?

-Sim, porque?

-Você faz parte dessa seita?

-Sim, faço.

-Mas porque nunca te vi aqui?

-Eu adentrei para essa comunidade há pouco tempo.

-Mas o que levou você a fazer isso?

-A mesma coisa que levou você, fui convencido de que aqui era melhor. E pude ver com meus próprios olhos que realmente era. Gwen não havia pegado o meu número de telefone como pegou das outras pessoas daquela igreja do John, mas quando ela pegou o meu número de telefone, ela me ligou e me convidou a fazer parte dessa comunidade me prometendo grandes coisas que de início, não acreditei em nada de que ela falou. Mas depois ao me mostrar como as pessoas da seita viviam bem e aquilo que obtiveram ao se juntar a comunidade, reconheci que aqui é o melhor lugar.

-Mas porque você está ainda na igreja?

-Porque a minha líder falou para ficar e levar os poucos membros que estão lá a saírem e serem integrantes da nossa comunidade.

-Porque vocês querem tirar as pessoas daquela igreja?

-Veja bem- após uma pausa Mason disse, andando de um lado para o outro. - não queremos levar somente as pessoas da igreja onde você congrega, mas muitas outras pessoas a se unirem a essa comunidade. Nós teremos grandes poderes e seremos pessoas poderosas que seremos influentes em vários segmentos da sociedade. E também, seremos a maior comunidade secreta que já existiu. E queremos pessoas que já tiveram contato com o mundo espiritual. Agora você entende o porque que queremos os membros restantes daquela igreja, para fazerem parte dessa comunidade?

-Mason, esse não é o melhor lugar, nada do que é feito aqui é bom. Os rituais nem se falam. E além disso, tudo isso é ilusão, pois quem adora ao mal irá para um lugar de tormento eterno.

-Bem, se você pensa assim, tudo bem. Mas você não sabe o que está perdendo.

-O que estou perdendo é muito bom. Pois se eu adorar o mal como vocês, eu irei para um lugar de tormento e sofrimento eterno. O melhor lugar que há é na presença de Jesus e vale a pena perder coisas nessa vida, que me levarão ao lugar de tormento eterno do que aceitando-as, deixar de ir para onde Jesus está.

-Tudo bem cristãozinho, se é assim que você quer, não tem problema. Só que você se uniu a essa comunidade e depois saiu, por isso terá que morrer. Não queremos que as pessoas saibam dos nossos planos e mistérios sobrenaturais que foram desvendados para nós. 

-Kevin, quanto tempo!- disse Gwen que tinha chegado ao templo da comunidade secreta.

Olhando para Gwen, Kevin diz:

-Oi, Gwen.

-Não te disse que o procuraríamos? E agora aqui está você para ser morto, onde está o seu Deus agora Kevin?

-Ele está comigo e eu confio Nele. Ele me livrará dessa stuação, eu creio.

-Então está bem, vamos ver se Ele irá mesmo te livrar.

-Você perdeu mesmo a sua fé, Gwen.

-Fé em Deus?

-Sim.

Após dar uma risada, Gwen se agacha fixando o seu olhar em Kevin e diz:

-Eu só acredito se ver uma prova de que Deus realmente existe- após uma pausa ela disse- E se Ele realmente existe, vamos ver se impedirá que você seja morto.

Após falar isso, ela deu um sinal para Mason ao qual sacando uma pistola, apontou para a vítima que estava sentada. Com um olhar maligno para Kevin, Mason diz:

-Adeus, cristãozinho.

Mason estava puxando o gatilho aos poucos. Mas antes de puxar totalmente o gatilho... o pastor John grita:

-Não- gritou ele correndo em direção ao Mason, e ao chegar onde ele estava, empurrou-o. Mason foi ao chão e a sua arma deslizou para para longe. John foi pego por dois homens da seita da Gwen. John teve suas mãos imobilizadas, pois os homens a seguravam. Ele também foi forçado a se ajoelhar, após isso Gwen vai até ele, agacha e diz:

-John... mas que prazer em revê-lo. Que triste ver hoje a morte de você e de seu amiguinho.

-Isso não acontecerá!

-É mesmo? Como?

- Você verá!

-Tudo bem, já que é assim vamos ver então. Mason, mate-os!

Ao olhar para John, Mason diz:

-Que bom em revê-lo pastor.

-Mason, como você pôde ser persuadido a abandonar a Deus?

-Eu só conheci algo melhor, pastor.

-Você sabe para onde isso levará na eternidade?

-Você sabe para onde vai após a morte?

-Sei, eu me encontrarei com o meu Senhor Deus.

-Então prepara-se para encontrar-se com Ele.

Após dizer isso, Mason aponta a arma para John e começa a puxar o gatilho. John olhava para cima e começou a orar, enquanto Kevin ficava cabisbaixo. Mason estava puxando o gatilho aos poucos. Até que... Mason puxa o gatilho totalmente. Mas... não saiu nenhuma bala. A arma estava descarregada. E antes de qualquer pessoa ali tomar alguma decisão, aparece viaturas de polícia. Os policiais saem de seus carros e adentram para dentro do templo. Um deles disse:

-Parados!- após uma pausa ele diz para as pessoas que estavam com a arma- soltem as armas e coloquem as mãos para trás da cabeça.

As pessoas da seita incluindo a Gwen que estavam com arma em punho, obedeceram a ordem do policial e após isso, são presos pelos policiais.  John se levanta do chão  olha para Kevin e diz:

-Olá Kevin!

-Olá pastor!

John estende a mão para Kevin, e o ajuda a levantar do chão.

-Como o senhor soube que eu estava aqui?

-Você estava vindo para a igreja, não é isso?

-Sim.

-Bem, eu tinha ido até a porta da igreja e ao olhar para fora da mesma, avistei ao longe você andando. E então vi quando alguém colocou um plástico em sua cabeça e o colocou no carro. Então sai da igreja, entrei em meu carro e segui ao veículo donde você estava. E quando o veículo estacionou, eu parei o meu um pouco distante daquele donde você estava. E então quando você e as outras pessoas que estavam contigo saíram do automóvel e entrarem para dentro do templo da seita, eu também fui até o mesmo. Percorri até a porta do fundo, e nela tinha uma fresta. Olhei através dela e quando ouvi o que a Gwen disse para você quando ela se agachou, liguei para a polícia rapidamente. E quando encerrei a ligação, Mason apontou a arma para você, então eu entrei a fim de impedi-lo de atirar. E quando seríamos mortos- apontando para fora do templo disse- a polícia chegou. O Senhor Jesus impediu de termos morrido.

-Muito obrigado pastor.

Balançando a cabeça, John disse:

-Tudo bem-após uma pausa disse. - vamos.

Ao saírem do templo, Kevin lançou o olhar para Mason, ao qual estava dentro de uma das viaturas da polícia. Kevin e Mason se entreolharam durante alguns instantes  e depois as viaturas de polícia saíram. Os membros restantes da comunidade secreta foram presos por conta de crimes que cometeram, fazendo com que assim essa comunidade secreta se enfraquecesse e chegasse ao fim. E as muitas orações que John Williams fez em prol da igreja que ele estava como pastor, surtiram efeito fazendo com que aquela congregação voltasse a ser como era antes e com muitos membros.

 Paulo era fariseu dos fariseus e perseguia a igreja de Cristo. E até mesmo chegou ter Cristo como inimigo do farisaísmo e que seguia um caminho que não era patriótico, e que não proporcionaria à raça hebraica a liberdade que ela desejava ardentemente. Só que em um dia, a caminho de Damasco com a finalidade de que se encontrasse cristãos fossem homens ou mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém. Só que, chegando perto de Damasco, ele foi cercado de um resplendor de luz do céu. E então Jesus falou com ele. E aquele encontro que Paulo teve com Jesus trouxe para a sua vida a transformação. A vida de Paulo não permaneceu a mesma depois que ele teve um encontro com o Messias. Porque toda pessoas que desfrutou de um encontro com Jesus, essa pessoa não permanece a mesma. Porque todo aquele(a) que tem um encontro com o Cristo, tem a sua vida transformada. Paulo que antes perseguia os cristãos, depois desse encontro com o Mestre que ele desfrutou, se tornou em um grande homem de Deus. Para que tenhamos a nossa vida mudada para melhor é necessário que tenhamos um encontro com ele e que entreguemos a nossa vida à Ele, que é Todo-Poderoso para os transformar.

Jesus não estava buscando nada para Ele mesmo. Ele não estava procurando nem por fama nem por fortuna. Ele nem mesmo estava desejando que todos gostassem Dele ou O aprovassem. Ele tinha outro motivo. Ele estava apenas fazendo o que ele viu o Pai fazer.

Jesus não estava fazendo Sua própria coisa. Ele não estava nem mesmo dizendo palavras de Seu próprio coração. Ele estava motivado em todo Seu agir por uma fonte mais alta. Lemos: “As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai que permanece em mim, faz a Sua obra” (Jo 14:10).

Aqui está o segredo de Jesus. Aqui está a fonte de todo o Seu ministério. O Pai vivia dentro Dele. Ele foi cheio até transbordar com a vida do Pai. Por isso, essa era a vida que O motivava. Esta era a fonte – a origem sobrenatural de Suas palavras, ações, sentimentos e até mesmo expressões. Jesus não estava sozinho. O Pai estava sempre com Ele e até mesmo dentro Dele. Lemos: “E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada” (Jo 8:29).

Da mesma forma, qualquer ministério verdadeiro de nossa parte não pode ser algo que salta de nós mesmos. A fonte não pode ser nós mesmos. Pelo contrário, deve ser algo que origina da Vida de Cristo dentro de nós. Deve ser Jesus quem inicia o que é dito ou feito. Ele e somente Ele é a fonte de todo verdadeiro ministério. Ministério não é algo que fazemos para Deus. Em vez disto, são as palavras e obras que Deus faz por meio de nós.

Aqui não há lugar para o orgulho. Não há espaço para busca de si mesmo. Deus deve ser o único a ser glorificado. Na medida em que nós permitimos nosso ego e orgulho entrar no que Deus deseja fazer, na mesma medida, o poder de Deus é enfraquecido e o que é ministrado diminui.

Alguns anos atrás houve um grande reavivamento no País de Gales. Durante aquele tempo, quase todo mundo na nação foi convertido. Um homem que era poderosamente usado por Deus naquele tempo era Evan Roberts. Evan era um homem quebrado por Deus. Ele tinha se tornado dócil e humilde.

Ouvi que quando ele era chamado para pregar em uma reunião ou outra ele exercia o discernimento. Se ele sentia que a multidão estava lá para vê-lo e ouvi-lo, ele não levantava para falar. Talvez até mesmo fosse embora. Mas quando ele sabia que as pessoas estavam lá para ouvir de Deus, ele ministrava o que Deus tinha dado a ele. Evan vivia para honrar a Deus e não a ele mesmo.

Por que hoje nós vemos tão pouco ministérios genuinamente poderosos? Por que parece que as obras feitas pelos primeiros apóstolos eram mais espetaculares? Talvez seja porque hoje há muitos elementos humanos que entram sorrateiramente em nosso ministério. Muitas pessoas hoje estão usando as coisas de Deus para construir reinos pessoais, tornarem-se abastados e atrair seguidores.

Não há duvidas de que Deus dá as costas a tão desagradável obra humana. Pode ser que no início alguns homens e mulheres receberam algo de Deus. Mas, se e quando se tornam orgulhosos e começam a buscar algo para si mesmos, Deus Se retira do cenário. Eles são deixados com o que podem fazer com suas próprias energias, personalidade carismática, habilidade de oratória e encanto humano.

Alguém uma vez disse: “O verdadeiro ministério sempre é exercitado para atender uma necessidade. Mas não é a necessidade daquele ‘ministro’ para ser visto e ouvido.” Esta é a verdade. Medite nestas coisas.